Benefícios Antioxidantes e Anti-inflamatórios do Mel
Escrito por Gustavo Padovani / CRN-361455
O mel é reconhecido por suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, que contribuem para diversos benefícios à saúde. Os antioxidantes presentes no mel, como flavonoides e ácidos fenólicos, ajudam a neutralizar radicais livres no organismo, prevenindo o dano celular e promovendo a saúde cardiovascular e imunológica. Além disso, os compostos anti-inflamatórios do mel auxiliam na redução de processos inflamatórios crônicos, que estão associados a diversas condições de saúde. Assim, o mel pode ser um complemento natural eficaz na dieta para melhorar a saúde geral e o bem-estar (Ranneh et al., 2021a)
Inflamação e estresse oxidativo
A inflamação é uma resposta natural do sistema imunológico a lesões, infecções e irritações. Ela visa proteger o corpo, reparando tecidos danificados e combatendo agentes patogênicos. Existem dois tipos de inflamação:
- Aguda: de curta duração e essencial para a cicatrização.
- Crônica: prolongada e pode causar danos aos tecidos e doenças, como artrite, doenças cardíacas e diabetes.
Embora muito discutida atualmente, a inflamação desempenha um papel essencial no corpo. No geral, podemos entendê-la como uma resposta natural e benéfica a curto prazo, desencadeando mecanismos de cura e proteção. No entanto, quando se torna crônica, deixa de ser útil e pode levar a danos celulares permanentes, contribuindo para o desenvolvimento de doenças degenerativas, como artrite, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas, além de afetar negativamente a qualidade de vida a longo prazo(Hussain et al., 2016).
O estresse oxidativo surge quando a produção de radicais livres supera a capacidade do corpo de neutralizá-los com antioxidantes. Os radicais livres são moléculas instáveis que podem danificar células, proteínas e DNA. Embora, em níveis controlados, auxiliem na eliminação de microrganismos e na sinalização para reparos celulares, seu excesso causa efeitos adversos. A longo prazo, contribui para o envelhecimento precoce e está associado a doenças graves, como câncer, aterosclerose e distúrbios neurodegenerativos, devido ao dano celular contínuo que provocam (Gambini & Stromsnes, 2022).
O estresse oxidativo pode desencadear processos inflamatórios crônicos e vice-versa. Quando descontrolados, ambos estão associados ao desenvolvimento de doenças crônicas e complicações metabólicas. Controlar a inflamação e o estresse oxidativo é essencial para prevenir danos celulares e promover a longevidade.
Como o mel poderia auxiliar?
A inflamação e o estresse oxidativo são processos interligados onde radicais livres e citocinas pró-inflamatórias influenciam-se, provocando alterações celulares que podem levar a doenças crônicas. O mel, rico em polifenóis, atua como um imunomodulador natural, inibindo inflamação crônica e estresse oxidativo. Ele regula fatores de transcrição (NF-κB, MAPK, Nrf2), reduzindo a produção de citocinas pró-inflamatórias e estimulando mediadores como PGE2 e COX-2. Estudos experimentais sugerem que o mel contribui para o controle da inflamação e a manutenção da homeostase, oferecendo uma alternativa natural no tratamento de processos inflamatórios (Ranneh et al., 2021b).
As propriedades antioxidantes do mel estão relacionadas à sua cor, sendo que os méis mais escuros geralmente possuem níveis mais altos de antioxidantes. Estudos mostram que os compostos fenólicos são os principais responsáveis por essas atividades antioxidantes, pois sua concentração está correlacionada com a capacidade do mel de absorver radicais livres. Além disso, a atividade antioxidante do mel resulta de uma combinação de diversos compostos ativos. Pesquisas sugerem que o mel, utilizado sozinho ou em conjunto com terapias convencionais, pode ser um promissor antioxidante dietético para o manejo de distúrbios relacionados ao estresse oxidativo (Samarghandian et al., 2017).
Composição Fenólica do Mel e Efeitos na Saúde
O mel contém uma diversidade de compostos fenólicos, como quercetina, ácido gálico, catequinas e kaempferol, que demonstram atividade antioxidante potente (Navaei-Alipour et al., 2021). Esses compostos são eficazes na inibição de processos inflamatórios em nível celular, o que pode contribuir para a redução de risco de doenças inflamatórias crônicas e condições relacionadas ao estresse oxidativo, como diabetes e doenças neurodegenerativas.
Implicações para a Saúde
O uso regular do mel como parte de uma dieta equilibrada pode proporcionar benefícios significativos na promoção da saúde e na prevenção de doenças. Além de ser um adoçante natural e menos processado do que o açúcar refinado, o mel agrega benefícios terapêuticos que podem ser vantajosos para o controle da inflamação, apoio imunológico e proteção celular (Palma-Morales et al., 2023).
Como usar?
A literatura não definiu uma dose específica de mel para esses benefícios, mas aqui estão algumas ideias práticas e deliciosas para incorporá-lo à dieta:
- Tapioca com Mel: adicione uma camada generosa de mel sobre uma tapioca recheada com queijo coalho ou frutas como banana ou goiaba.
- Iogurte com Mel e Frutas: misture mel em um iogurte natural e adicione frutas tropicais como abacaxi, manga ou mamão para um lanche saudável.
- Mel na Salada de Frutas: use mel como um adoçante natural em uma salada de frutas frescas, combinando diferentes frutas da estação.
- Chá com Mel: adicione mel ao seu chá, especialmente em chás de ervas como camomila ou hortelã, para um toque doce e saudável.
O conteúdo deste artigo não se destina a substituir aconselhamento médico ou nutricional profissional e não deve ser interpretado como tal. Sempre consulte um profissional de saúde qualificado para esclarecer quaisquer dúvidas que você tenha sobre sua saúde ou condições médicas
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Gambini, J., & Stromsnes, K. (2022). Oxidative Stress and Inflammation: From Mechanisms to Therapeutic Approaches. In Biomedicines (Vol. 10, Issue 4). MDPI. https://doi.org/10.3390/biomedicines10040753
Hussain, T., Tan, B., Yin, Y., Blachier, F., Tossou, M. C. B., & Rahu, N. (2016). Oxidative Stress and Inflammation: What Polyphenols Can Do for Us? In Oxidative Medicine and Cellular Longevity (Vol. 2016). Hindawi Limited. https://doi.org/10.1155/2016/7432797
Navaei-Alipour, N., Mastali, M., Ferns, G. A., Saberi-Karimian, M., & Ghayour-Mobarhan, M. (2021). The effects of honey on pro- and anti-inflammatory cytokines: A narrative review. In Phytotherapy Research (Vol. 35, Issue 7, pp. 3690–3701). John Wiley and Sons Ltd. https://doi.org/10.1002/ptr.7066
Palma-Morales, M., Huertas, J. R., & Rodríguez-Pérez, C. (2023). A Comprehensive Review of the Effect of Honey on Human Health. In Nutrients (Vol. 15, Issue 13). Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI). https://doi.org/10.3390/nu15133056
Ranneh, Y., Akim, A. M., Hamid, H. A., Khazaai, H., Fadel, A., Zakaria, Z. A., Albujja, M., & Bakar, M. F. A. (2021a). Honey and its nutritional and anti-inflammatory value. In BMC Complementary Medicine and Therapies (Vol. 21, Issue 1). BioMed Central Ltd. https://doi.org/10.1186/s12906-020-03170-5
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Samarghandian, S., Farkhondeh, T., & Samini, F. (2017). Honey and health: A review of recent clinical research. In Pharmacognosy Research (Vol. 9, Issue 2, pp. 121–127). Medknow Publications. https://doi.org/10.4103/0974-8490.204647